No Rafas
O café Rafael (Rafas), para quem nos lê e não tem estado muito atento, é o nosso primeiro poiso de domingo antes dos treinos. Desde há muitos anos que é assim, é lá que muitos de nós tomam o pequeno-almoço, ou o cafezinho para avivar a tóla mal dormida das noites de sábado; delineamos o percurso da treinadura; cavaqueamos um pouco sobre tudo e sobre nada antes da arrancada; damos uma vista de olhos pelas gordas dos jornais enquanto não chegam os atrasados do costume e apreciamos os desenhos arquitetónicos da “J”, enfim, é no Rafas que começamos a despertar para o que advirá nos treinos agitados onde sempre acontece qualquer coisa anormal e, também foi lá que hoje três ddr bateram o recorde de duas horas ininterruptas sem dar folga às palavras até a voz doer
Acordei à hora combinada com o despertador, com a chuva a bater nas vidraças das janelas – pode ser só uma chuvada vamos ver – ia pensando enquanto me levantava para o treino costumeiro das manhãs de domingo
Desta vez não me equipei, primeiro fui na carrinha à civil, ver se havia mão-de-obra disponível para o treino, pois não estava interessado em repetir sozinho o treino azarado de domingo passado. Saí com a joly a olhar para mim de esguelha no canto da garagem. Enquanto conduzia pela avenida abaixo em direcção ao Rafas, com a chuva pegadinha inclemente a bater no para-brisas sem sinais de querer abrandar, ia ficando desanimado – a meteorologia que tão porreira foi para connosco o ano passado, agora virou o bico ao prego e este mês já nos tramou umas quantas vezes os treinos a meio e fim-de-semana
– Será que alguns malucos apareceram no Rafas? – Se assim for…
O dilema persistia na minha cabeça: – lá terei de ir buscar a burra mas… com este tempo?
Vi uma TREK escostada no «nosso» parque, sozinha, resignada à intempérie, – só pode ser do Bruno – murmurei em voz alta, enquanto invertia a marcha para estacionar
Mal entrei, dei de caras com dois brutos ddr sentados frente a frente num canto da sala: o César equipado à civil e o Bruno equipado a preceito, à ddr. Ao ver-me começou a barafustar furioso por ter aparecido mais um à civil “cambada de pã…c…um dia tão bonito…” (os óculos claros tem destas coisas) e continuou a rogar pragas e coriscos a todos os ausentes.
O Bruno sentia-se traído e tinha razão, contava com uma série de ddr`s para tomar banho em conjunto e afinal era o único guerreiro pronto a enfrentar o Tlaloc, o deus da chuva. Lá lhe expliquei que além de não poder molhar o equipamento, que também me serve de pijama e como tinha a máquina de secar avariada… e depois a minha joly não tinha “entrólhos” (o Futre explica o que é) e nessas circunstancias é muito perigoso andar de burra sem este adereço, a não ser de noite sem luz – mas isso é outra história -, o Bruno não queria saber, achava as minhas desculpas esfarrapadas e sem credibilidade, na desculpa do César acreditou logo à primeira, não sei porque não acreditou na minha, eu até publico uma foto do meu antigo pijama para comprovar. E continuava a resmungar, com a chuva a aumentar de intensidade. Perante este cenário demasiado humido, o Bruno começou lentamente a conformar-se que o treino seria mesmo ali e…começamos a treinar: – agora falas tu, depois eu, depois os dois e os três ao mesmo tempo, sem interrupções ou intervalos, foi sempre a dar forte e feio nas palavras até os assuntos ficarem… sem assunto
Não apareceu mais ninguém, e então ao fim de duas horas e tal, demos por concluído o intenso treino da palheta e resolvemos ir cada um para seu lado. O recorde de permanência dos ddr`s no Rafas, estava batido. Os autores da proeza foram: Narciso, César e Bruno.
– Tá bonito!!!!
Hoje vamos homenagear os downhilleiros nossos conhecidos com este vídeo. Ao fim de o ver até os cabelos do dito, ficaram arrepiados:
Pois, único vestido a rigor para enfrentar o destino…mas não só de palavras se ficou o treino deste domingo, viajamos por todo o mundo, nomeadamente Honolulu em que numa introspeção profunda vimos um muito bem feito Hula, fomos ao México passamos pelas Filipinas, Singapura e claro regressamos ao rafas… Foi um bom treino onde muitos “pensativos cigarros” foram fumados… e claro estou agradecido à companhia 😀 e até domingo
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PS:. essa foto de capacete na cama parece-me suspeita… imagino que seja mais pelo medo ao rolo da massa após um treino de quinta prolongado…
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É isso mesmo Bruno, grande treino, grande trio de ataque
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Assim Joly, vestido a rigor e deitadinho na cama! Ai se eu te pego!
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