Dos cinco que no sábado foram fazer estrada, só o Nelson compareceu no domingo, no Rafas, p`ra contar a sua desgraça com a novinha zirinha de estrada e da cansativa subida pela Facha e avisar que…
– Dos de ontem, um está a trabalhar, outro disse que não vinha, os outros dois não sei…
– Estão cansados? Francamente, não acredito…
– É, É, foram 110kms e tivemos que gramar o monte da Facha que parecia nunca mais ter fim; logo nos primeiros kms gastei duas camâras-de-ar, para reforçar o pneu rebentado (???).
– Boa Nelson, estás no bom caminho para seres um duro a sério, a puta da recruta é assim, é fodida…
– Bom vamos embora, quem está, está, quem não está qsf, vamos embora;
– Espera, falta o Milo ele estava equipado quando passei à porta dele.
– Hum, não estás a fazer confusão Solinho? Já passaram 15 minutos…não estás a confundir o equipamento com o pijama? Ou então enganou-se e foi fazer estrada, pensando que era sábado…
– E se fossemos fazer umas subidas p`ro monte de S.Lourenço?
– Não, Martinho vamos p`ra outras paragens, vamos para Sul-Este!
– Eh pá, já não ando há 8 meses e na terça feira levei uma coça com o Pinho, tenham pena de mim…
– Tá bem, Agostinho, tá bem, vamos embora!
– (…)
– Aiii, estamos no território dos Lelos, aiii!!!
Ao Deus dará, por caminhos do caralho, cheios de lama e água, passamos próximo do acampamento dos ciganos e do “Aqueduto” em Laundos e por Terroso e Rio Mau, guiados ao longe pelo monte de S.Félix, qual farol a servir de guia aos navegantes, foi para ai, para o ponto mais alto de Laundos que pedalamos, pois tínhamo-la fisgada desde o inicio: desempoeirar de vez o Agostinho…
– Pqp, que subida, custou, mas não desmontei…o quê? Trinta por cento de inclinação? E eu há tanto tempo sem andar consegui faze-la …
– Estás um home, Agostinho!
– Se não fosse a roda de tràs polissar, eu também a tinha feito!
– Eu desmontei, porque a roda da frente levantava.
(…)
– Hora da banana!…que vistaça daqui da capela de S.Félix!
– (….)
– Hei, não desça pelas escadas…
Quando o gajo que está a escrever isto, ouviu o homem que tinha estado de plantão às escadas e de olho em nós desde que chegamos ao S.Felix, o aviso chegou tarde de mais, pois o gajo já ia todo lançado pelas escadas e depois o Solinho trouxe o recado de volta…
– Olha que o homem ficou todo lixado por teres descido, avisou-nos que não quer que desçamos as escadas com as bikes, porque podemos partir as pontas das escadas…
– Partir a ponta das escadas, com a bike??? Podemos é partir a ponta da cornadura, agora as escadas…ou então as escadas são feitas de gesso, o que não parece ser o caso…
– (…)
– Este trilho donwhilleiro é um espetáculo!
– Viste o gás com que os dois donwhilleiros desceram? E, olha agora p`ros gajos a subir, parecem flechas, mas…ora porra, as bikes são elétricas, assim também eu…
– Este trilho é mesmo um espetáculo…
– Pois é Martinho, pois é, nós só queremos é dureza e partir capacetes!
– Olha que eu já não ando há muito tempo! Ai que se eu andasse…
E a dureza continuou, sem partir capacetes e por Rates, Paradela, Courel e depois o trilho das raízes que a subir nos levaram até Pedra Furada e depois à igreja de Vilar de Figos onde os paroquianos estavam no adro a beber vinho do Porto antes da missa, ou seria depois?
– Onde estamos? Cristelo? Não, Nelson estamos em Milhazes e vamos em direção à Franqueira para subir o monte!
– Mais subidas? Não vou, já chega de coça, é que eu há muito tempo que não ando, se quiserem ide vós, porque eu não vou…
– Olha que eu tenho que estar em Apulia ao meio dia, porque tenho que comprar um frango assado p`ro almoço…
– Mas, estamos tão perto da Franqueira…
E foi assim, por falta de quórum para mais subidas, que abruptamente terminamos o envolvente e excitante treino e ficamos a uns míseros 800m do cimo do monte, tudo para chegarmos a tempo ao frango assado p´ro almoço do Martinho. A um quarto p`ro meio dia, viramos a agulha para Faria e Cristelo em alto speed, com o Agostinho a protestar mais uma vez, que não andava há muitos meses.
Em Apulia city, em plena recuperação dos 45km, sentados na esplanada do Controverso – o frango do Martinho que esperasse -, o Seara também quis participar com a sua recuperação da asa esquerda partida e o César também participou, mas nem se deu ao trabalho de recuperar dos 120kms e quando lhe perguntamos se andou pelo Facha “Não sei se passei por lá, não me recordo, lembro-me do Freixo, isso sim”. Ingrato, ainda goza com o pagode!
E foi assim que finalmente, o Martinho entrou em modo frango assado e cada um foi para seu lado!
Foi mais um treino, diferente do de domingo passado e diferente de tantos outros, cada um com as suas peculiaridades mas, sempre com o espírito do reino dêdêrriano em alta!